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Escrita Criativa

O Método de Isaac Asimov Para ser Uma “Máquina” de Ideias Inovadoras

Um gênio com ideias inovadoras, Isaac Asimov pode até ser descrito como um escritor tipicamente prolífico. Em toda sua carreira literária produziu diversos romances, cartas, ensaios, contos e muitas outras obras com ideias tão surpreendentes que até parece algo genuinamente impossível para uma pessoa normal.

Tentando entender como funciona sua cabeça, examinei a sua autobiografia, “It’s Been a Good Life”. Onde descobri que ele é igual a todo nós, uma pessoa que se frustra e falha repetidas vezes, mas neste livro compartilha algumas valiosas táticas e estratégias para virar uma “máquina” de boas ideias.

Vamos aprender com o mestre?

1. Nunca pare de aprender

O autor não era apenas escritor de ficção científica. Ele tinha doutorado em química na Universidade de Colúmbia, mas também chegou a explorar na escrita sobre física, história antiga e até mesmo sobre a Bíblia.

Segundo o autor:

“Eu não poderia escrever a variedade de livros que consegui fazer com base apenas no conhecimento que adquiri na escola. Tive que manter um programa de autoeducação contínuo. Minha biblioteca de referência cresceu e descobri que tinha que soar sobre eles em meu medo constante de que eu pudesse entender mal um ponto que para alguém conhecedor do assunto seria ridiculamente simples.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Logo, para termos boas ideias, precisamos não apenas consumir no entretenimento ou dentro da nossa educação, precisamos, sim, continuar sempre querendo aprender coisas novas. Não somente, ele acrescenta:

“Toda essa leitura incrivelmente variada, resultado da falta de orientação, deixou sua marca indelével. Meu interesse foi despertado em vinte direções diferentes e todos esses interesses permaneceram. Escrevi livros sobre mitologia, sobre a Bíblia, sobre Shakespeare, sobre história, ciência e assim por diante.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Em suma, se você parecer de aprender e não ser curioso sobre o que você desconhece, suas ideias vão ser limitadas.

2. Não lute contra a estagnação

É um alívio saber que, como eu, Asimov também se sentiu estagnado na escrita.

“Frequentemente, quando estou trabalhando em um romance de ficção científica, me sinto de saco cheio e incapaz de escrever outra palavra.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Ficar estagnado é normal, mas o autor não deixava nem que o bloqueio criativo o impedisse de escrever, por isso ele criou a estratégia:

“Eu não olho para folhas de papel em branco. Eu não passo dias e noites revirando uma cabeça vazia de ideias. Em vez disso, simplesmente deixo o romance e vou para qualquer um dos outros projetos que estão disponíveis. Escrevo um editorial, ou um ensaio, ou um conto, ou trabalho em um dos meus livros de não-ficção. No momento em que me cansei dessas coisas, minha mente teve o poder de fazer o seu trabalho e se abastecer de novo. Volto ao meu romance e me vejo capaz de escrever com facilidade mais uma vez.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Dar um tempo entre projetos e se dedicar em tarefas que nem sempre são relacionadas com escrever, ajudam e muito para quem sabe, nosso subconsciente criar aquela espaço para que novas ideias cresçam com naturalidade.

3. Cuidado com a insegurança

Todos que trabalham com criatividade conhecem a sensação de ter medo de mostrar nossas ideias aos outros. Quantos autores iniciantes já não atendi em minhas mentoria que tinham mais receio de que os outros lessem seus livros, do que de fato terminar de escrevê-los.

Asimov também conhece a sensação de resistência:

“O escritor comum está fadado a ser tomado por inseguranças enquanto escreve. A frase que ele acabou de criar é sensata? Isso é expresso tão bem quanto poderia ser? Soaria melhor se fosse escrito de outra forma? O escritor comum está, portanto, sempre revisando, sempre cortando e mudando, sempre tentando maneiras diferentes de se expressar, e, pelo que sei, nunca estando inteiramente satisfeito.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

O medo nos torna falsos perfeccionistas, dando a segurança de uma bela mentira. De que você vai encontrar a perfeição.

A verdade é que talvez o motivo que você não esteja terminando seu primeiro livro, ou quem sabe, conseguindo criar uma história cativante, seja justamente por que, diferente de Asimov, o resto de nós está rejeitando ideias antes mesmo de lhes dar a chance de existir.

Afinal, nunca ter ideias inovadoras significa nunca ter que falhar.

4. Diminua seus padrões

Asimov foi totalmente contra o perfeccionismo e em vez disso, ele buscava primeiro:

“Pense em você como um artista fazendo um esboço para deixar a composição clara em sua mente, os blocos de cor, o equilíbrio e o resto. Com isso feito, você pode se preocupar com os detalhes.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Não tente criar o próximo grande bestseller na primeira tentativas. Diminua seus padrões. Faça uma história de teste, um esboço temporário ou um rascunho.

Por outro lado, Asimov enfatiza a autoconfiança:

“[Um escritor] não pode ficar sentado duvidando da qualidade de sua escrita. Em vez disso, ele tem que amar sua própria escrita. Faço isso.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Acredite em sua escrita. Isso não significa que você tenha que fazer o melhor a cada tentativa. Mas quando você falhar, terá forças para tentar novamente. Errar é tão normal, nós que o tornamos um problema.

5. Continua trabalhando

Asimov acreditava que a cura para o perfeccionismo podia ser simples, como ele exemplifica em:

“No momento em que um determinado livro é publicado, [o escritor] não tem muito tempo para se preocupar sobre como ele será recebido ou como será vendido. Até então ele já vendeu vários outros e está trabalhando em outros ainda e são estes que lhe dizem respeito. Isso intensifica a paz e a calma de sua vida.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Se você terminou de lançou seu livro, curta o lançamento, mas não pare para apreciar o trabalho e considerar ajustá-lo. Aceite a liberdade da sua história, vá trabalhar nas próximas e continue fazendo o que você faz de melhor, o qual é escrever.

Talvez o que você vai escrever agora não seja publicado tão cedo, mas nada te impede de começar já a escrever, nem que for para colocar suas ideias no papel.

6. O ingrediente secreto para ideias inovadoras.

Um escritor amigo de Asimov, que estava com dificuldades, perguntou-lhe:

“Onde você tira suas ideias?”

Asimov respondeu:

“Pensando, pensando e pensando até estar pronto para me matar. […] Alguma vez você achou que seria fácil ter uma boa ideia?”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

Como muitos de nós, até ele perdeu noites em claro pensando sozinho com sua mente:

“Eu não consegui dormir na noite passada, então fiquei acordado pensando em um artigo para escrever e eu pensava e pensava e chorava nas partes tristes. Tive uma noite maravilhosa.”

Traduzido livremente do livro “It’s Been a Good Life”

O que podemos tirar disso é que nunca nos disseram que ter boas ideias seria fácil, especialmente aquelas inovadoras e fantásticas.

Se fosse, não seriamos capazes de valorizar o trabalho que foi pensar, pesquisar e descobrir a forma de contar aquela história envolvente.

No final, o método de Isaac Asimov pode parecer ousado, mas tenho certeza que após ler este artigo você abriu a primeira semente que vai te ajudar a gerar as ideias mais inovadores para sua história.

Boas ideias e bons escritos!

Um comentário

  • Rodolpho R Gonzalez

    Muito legal mesmo. Stephen King fala, no livro sobre a escrita, sobre escrever enquanto a lâmina está afiada: quando a história bate, ele senta e escreve sem deixar a bola cair. É uma boa ideia para manter a história quente. Mas acho que o segredo – um deles – é só deixar as ideias fluírem. Aí vai ficando mais fácil.

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