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Resenhas

Run Lola Run é Uma Verdadeira Lição de Escrita

No filme Run Lola Run, o namorado de Lola é mensageiro de um gângster. Quando as coisas se complicam para ele, Lola tem vinte minutos para levar uma quantia de dinheiro para o outro lado da cidade, ou o namorado morre. Em sua corrida contra o relógio, Lola é constantemente atrasada por moradores de rua, freiras, bebês e armas. A cada passo, os segundos escapam, e as minúsculas decisões que ela toma podem fazer toda a diferença.

Spoiler se você não viu o filme!

No enredo do filme, vamos ver se desenrolar três diferentes versões, na primeira vez que Lola termina sua jornada, as coisas não funcionam muito bem. Então vemos a realidade alternativa e Lola faz algumas coisas diferentes para mudar os resultados. Finalmente, depois que a segunda tentativa falha, uma terceira realidade é oferecida, o que significa que ela tem uma última chance de salvar o dia.

A estrutura incrível do enredo de Corre Lola, Corre

Essa estrutura narrativa oferece ao filme a oportunidade de se inserir
de peso filosófico. Além disso, expõe temas do acaso, nas pequenas decisões no aqui e agora e como estão alterando a vida de alguma forma.

Embora o foco do diretor seja principalmente baseado nas dificuldades de Lola, ele também
nos fornece pequenas linhas de tempo hilárias das consequências na vida de várias pessoas aleatórias com as quais Lola esbarra.

Mas qua a relação com a escrita?

Como na escrita, podemos errar na construção do nosso mundo, fazer deslizes que criam buracos na trama e nos fazem, quase sempre, voltar desde o começo para “concertar” os problemas.

O escritor é como a Lola, corremos para o final do livro, passando por diversos imprevistos, que podem parar nossa escrita, como a necessidade de parar para pesquisar, ou na inclusão de informações, ou até mesmo, exclusão de um personagem.

Falando em personagens, é impossível que seu protagonista não afete em algum nível a vida de outros personagens.

Pense nisso quando tiver escrevendo, uma ação, uma fala errada, pode ter o poder de mudar tudo ao redor do seu enredo.

O autor está trabalhando a todo momento com futuros alternativos, cabendo a nós, definir qual o futuro que para nós será a melhor versão.

Por causa disso, pense que errar no seu primeiro rascunho é um fato inquestionável.

Continuar errando, também 😉

Mesmo que sejam diversas versões do seu enredo, no final, você conseguirá amarrar cada ponta e fazer com que a história funcione da melhor maneira possível.

Não faça sua escrita ser uma maratona, pois pode ser uma boa caminha se você permitir.


Nota:

5/5 | 🌟🌟🌟🌟🌟

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Sinopse do filme: “Manni é um mensageiro de pequeno porte para um grande gangster que diz a sua namorada, Lola, que ela tem 20 minutos para entregar 100.000 marcos alemães que ele não tem. Lola tenta chegar a Manni e de alguma forma pegar 100.000 marcos ao longo do caminho.”

Raphael T. A. Santos é apaixonado por SciFY e literatura, tendo estado presente nas primeiras edições das antologias do Grupo Editorial Andross, com 6 contos, possuindo também uma publicação na antologia Rupturas, produzido no âmbito do Curso de Introdução à Escrita Criativa, coordenado pelo autor Tiago Novaes e, de forma independente, o conto de terror cósmico, Umidade, e atualmente escreve suas crônicas, tópicos de escrita criativa, carreira literária e marketing no site Escrita Selvagem. Publicou o seu primeiro livro de romance, Mãe de Sal, em 2021. Frágil como Origami é o seu segundo livro.

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