livros calhamacos uma maratona literaria para corajosos
Carreira Literária

Livros Calhamaços: Uma Maratona Literária para Corajosos

Se há algo que assusta um leitor, mesmo os mais experientes, é um livro grande, daqueles que pelo tamanho já se impõem, ou pura e simplesmente: calhamaço. Não é que não tenhamos curiosidade de saber com que o autor preencheu as várias e várias laudas para formar aquele tijolo de papel, mas o fato é, mesmo para os cowboys mais dados a labuta da leitura, que um livro com mais de quatrocentas (ou quem sabe quinhentas?) páginas é, no mínimo, desafiador. Ao término dele — e dos dias que seguiram a leitura — o misto de felicidade e de tristeza é inevitável: felicidade por passar pelo calhamaço e estar vivo; tristeza por passar pelo calhamaço e saber que acabou, que o mundo criado pelo autor não nos trará nada de novo, que estamos órfãos.

Para satisfazer o seu desejo de mergulhar em leituras que desafiem os limites, decidimos elencar os dez maiores calhamaços da literatura. A tarefa foi árdua e pesada, reconhecendo desde já que provavelmente falhamos em incluir algumas obras impressionantes, mas aqui vai uma lista dos dez maiores livros da literatura mundial. Prepare-se para encarar histórias imersivas e cativantes que irão testar sua resistência, mas que recompensarão cada momento investido em sua leitura. Afinal, enfrentar esses gigantes literários é uma aventura que vale a pena.

Bem-vindo ao mundo dos Livros Calhamaços, onde a grandiosidade das palavras e a imensidão das histórias se unem para desafiar e encantar os leitores destemidos.

O que são livros calhamaços?

Livros calhamaços são obras literárias extensas, volumosas e com um grande número de páginas. Esses livros geralmente apresentam narrativas complexas, detalhadas e abrangentes, que exploram profundamente personagens, tramas e cenários. O termo “calhamaço” é utilizado de forma coloquial para descrever essas obras imponentes, que podem demandar mais tempo e dedicação por parte do leitor.

Os livros calhamaços são conhecidos por desafiar os leitores, tanto em termos de tamanho físico quanto de conteúdo. Eles exigem um compromisso prolongado para serem lidos e compreendidos em sua totalidade. No entanto, muitos leitores são atraídos por essas obras por causa de sua profundidade, riqueza e capacidade de proporcionar uma imersão prolongada em mundos literários complexos.

Embora a extensão de um livro não seja o único indicador de sua qualidade ou valor literário, os livros calhamaços frequentemente se destacam como marcos na literatura, oferecendo experiências de leitura enriquecedoras e envolventes para aqueles que se aventuram em suas páginas volumosas.

Qual o maior livro calhamaço do mundo?

O título de “maior livro calhamaço do mundo” é disputado por algumas obras extensas, mas uma das principais candidatas a esse título é “Em Busca do Tempo Perdido” (também conhecido como “À la recherche du temps perdu”), escrito pelo autor francês Marcel Proust. Essa obra monumental é composta por sete volumes e conta com um total de mais de 3.000 páginas, dependendo da edição.

“Em Busca do Tempo Perdido” é uma obra-prima da literatura moderna, conhecida por sua complexidade narrativa, riqueza de detalhes e profundidade psicológica. O romance aborda temas como memória, amor, tempo e identidade, retratando a sociedade francesa do final do século XIX e início do século XX.

No entanto, é importante ressaltar que a definição do “maior livro calhamaço” pode variar, dependendo dos critérios utilizados, como o número de páginas, o tamanho físico do livro ou a densidade do conteúdo. Existem outras obras notáveis que também são consideradas calhamaços, como “Guerra e Paz” de Leo Tolstói e “Ulisses” de James Joyce, por exemplo, que apresentam narrativas igualmente extensas e complexas.

Por outro lado, o artista Ilan Manouach juntou 21.450 páginas do popular quadrinho japonês “One Piece” para criar uma escultura que comenta a mercantilização dos quadrinhos. E, ao fazer isso, ele criou o que se acredita ser o livro mais longo de todos os tempos — tão longo, na verdade, o qual é fisicamente impossível de ler. Além disso, o mangá ainda não acabou o que pode deixar este número ainda maior se o artista quiser uma nova edição.

Lista de Livros Calhamaços

Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust | 2472 páginas

Se uma vida pode ser retratada em páginas, a de Proust é uma história monumental que se desenrola em 3938 páginas, na clássica tradução da Editora Globo, com contribuições de nomes como Manuel Bandeira, Drummond e Mário Quintana. Não há nada de grandioso no início dessa obra literária, que começa com o simples ato do protagonista recordando sua vida ao mergulhar uma Madeleine no chá (e isso só ocorre por volta da página cinquenta!). Porém, o que encontramos é a jornada de rememoração da vida de um francês afetado, asmático, dândi por natureza e habituado aos círculos sociais da época.

Apesar dos adjetivos maliciosos utilizados anteriormente, não se pode negar que “Em Busca do Tempo Perdido” é uma obra onde o autor escava as profundezas da experiência humana: a memória. Ao acompanharmos essa jornada, somos levados por salões cínicos, casos amorosos — incluindo relacionamentos homossexuais, é claro — e a espera do beijo da mãe antes de dormir, entre tantas outras experiências. Nesse turbilhão infinito que foi a vida do asmático Proust, somos cativados por sua vida e obra, e, quem sabe, relembramos nossas próprias vidas. Afinal, a magia da escrita de Proust está em sua capacidade de evocar memórias pessoais e fazer com que nos identifiquemos com suas reflexões mais íntimas.

Guerra e Paz – Liev Tolstói | 2262 páginas

É uma obra monumental em todos os sentidos imagináveis. Com cerca de 1500 páginas escritas em francês e russo, o livro em si impõe uma dificuldade quase insuperável de ser resumido, dada a sua grandeza e a amplitude de seus temas. Podemos tentar destacar alguns pontos: a narrativa da invasão do exército francês de Napoleão ao Império Russo; o fervor patriótico russo da época em relação à grande Mãe Rússia; as vidas e as intrigas da aristocracia russa; as lutas e adversidades dos pobres e desamparados, pelos quais Tolstói nutria profunda admiração; a análise psicológica da alma humana (destacando-se os três principais personagens: Pedro Bezukhov, André Bolkonski e Natasha Rostova); um tratado sobre a guerra e o valor da paz… No entanto, como podemos perceber, a lista de possibilidades desse épico russo sobre a invasão de Napoleão e o valor da alma humana é indescritível nas palavras de um simples mortal.

O Tempo e o Vento – Érico Veríssimo | 1528 páginas

Sabemos que “O Tempo e o Vento” não é apenas um romance, mas sim um conjunto de três romances. No entanto, ler “O Continente”, “O Retrato” ou “O Arquipélago” separadamente não proporciona a mesma experiência que lê-los como um todo. Ao longo das quase três mil páginas deste romance inspirado em Tolstói, Érico Veríssimo cria e recria a história do Rio Grande do Sul e, em parte, do Brasil, assim como a de sua própria família.

A narrativa acompanha a trajetória dos Terra-Cambará ao longo de duzentos anos, desde suas origens até a desintegração em 1945. Como um conjunto, talvez seja o romance mais abrangente da literatura brasileira. “O Tempo e o Vento” apresenta personagens inesquecíveis, como Ana Terra, Capitão Rodrigo, Fandango e o Dr. Rodrigo Terra-Cambará, além daqueles que normalmente são esquecidos pela História, como os Caré, uma família que Érico retrata para mostrar os desamparados da sociedade gaúcha que estava se formando.

Desde o início humilde na água-furtada até o fim do grande clã de Santa Fé, Érico nos presenteia com um épico sobre a formação do Rio Grande do Sul, sua elite, seu povo e seus erros. “O Tempo e o Vento” é uma obra que captura a essência do estado, suas transformações ao longo do tempo e a complexidade das relações humanas. É um mergulho profundo na história e nas nuances da sociedade gaúcha.

Os Miseráveis – Victor Hugo | 1511 páginas

Um clássico mundial escrito pelo francês Victor Hugo, “Os Miseráveis” é um livro essencial para aqueles que não se preocupam com as injustiças sociais que inquietam o mundo. Publicado em 1862, esse calhamaço ganhou inúmeras adaptações cinematográficas e teatrais, provando sua relevância ao longo dos anos.

A história, contada em suas mil e quinhentas páginas, gira em torno de um pai de família chamado Valjean, que é condenado por roubar um pão para alimentar sua família faminta. Sua sentença inicial de 19 anos, agravada por várias tentativas de fuga, é servida em trabalhos forçados. A narrativa se estende pelo processo de reintegração de Valjean à sociedade, mostrando suas recaídas e sua ascensão como dono de uma fábrica.

As adversidades enfrentadas pelos personagens nos levam a questionar nossa própria concepção de justiça e igualdade social. Embora seja um clássico escrito no século XIX, “Os Miseráveis” é uma obra atemporal que merece ser lida hoje. Através da narrativa magistral de Victor Hugo, somos confrontados com as desigualdades sociais e as lutas dos menos privilegiados, abrindo espaço para uma reflexão profunda sobre a condição humana e a busca por um mundo mais justo.

Essa obra-prima continua a tocar corações e a despertar empatia mesmo nos dias de hoje, servindo como um lembrete poderoso de que devemos lutar pela justiça e pela igualdade social, não importa a época em que vivamos. “Os Miseráveis” é uma jornada emocional e intelectual que nos convida a repensar nossos valores e a agir para transformar a realidade ao nosso redor.

A maior parte da Comédia Humana – Honoré de Balzac | 924 páginas

Conta a lenda que o jovem Balzac, exausto após percorrer a cidade a pé devido à sua pobreza, chegou à casa de sua irmã com um semblante radiante e exclamou: “Eu tenho o mundo na minha cabeça”. Sua irmã, achando que ele havia enlouquecido de vez, perguntou-lhe o que significava “a vida”, e ele não soube responder. O que Balzac poderia ter dito à sua irmã? Que ele enxergava todas as engrenagens da sociedade francesa da época e que pretendia retratá-las minuciosamente em uma série de romances? Se tivesse dito isso, certamente teria sido considerado insano. Assim, nasceu a “Comédia Humana” – um projeto ambicioso em que Balzac dissecava meticulosamente a sociedade em múltiplos romances.

Até Marx rendeu-se à grandeza da “Comédia Humana”, afirmando que aprendeu mais sobre a sociedade burguesa da época lendo Balzac do que em qualquer outra fonte. O desafio de Balzac era retratar o efeito e a complexidade que ele testemunhava em um novo mundo fervilhante nas ruas de Paris. Para alcançar esse objetivo, ele teve que escrever uma quantidade considerável de romances, a maioria deles extensos, tamanho era o grau de complexidade desse novo mundo que ele via. “Eugénie Grandet” e “O Pai Goriot”, os dois primeiros romances da série, somam quase mil e cem páginas. Isso sem mencionar outros grandes e igualmente extensos romances, como “Mulher de Trinta Anos”, entre outros.

Se Balzac desejava retratar toda a engrenagem da França que ele observava, com aristocratas falidos, pensões baratas, espertalhões ascendendo socialmente e tudo mais, não poderia ter escrito menos. A grandiosidade e a minúcia de suas obras são reflexos da ambição de Balzac em capturar a essência da sociedade em todos os seus detalhes, proporcionando aos leitores uma visão panorâmica de uma época complexa e fascinante.

Os Irmãos Karamazov – Fiodor Dostoievski | 911 páginas

A história é tão antiga quanto a própria história do mundo: o embate entre pai e filho. O pai, Fiodor Pavlovich, é um velho avarento, desprovido de qualquer amor por alguém que não seja ele mesmo, disposto a esquecer que tem filhos e a negociar suas heranças quando estes as reivindicam. Dimitri Fiodorovitch, o filho mais velho dos três, foi criado pelo mundo e é impulsivo e arrebatado como o pai. Beberrão e imprevisível, Dimitri Fiodorovitch é o filho que confronta o pai em uma batalha pela herança. Os outros dois irmãos Karamazov, Ivan e Alexei, são personagens igualmente complexos, como tantos outros nesta narrativa (o primeiro é um intelectual que odeia abertamente o pai e sofre por isso; o segundo é o herói de toda a narrativa, pois se há alguma bondade nessa longa história, ela reside em Alexei).

É claro, como em todo bom romance de Dostoiévski, há morte, e assim somos conduzidos por mais de quinhentas páginas até descobrirmos o culpado, seus motivos e tormentos. Também nos deparamos com o capítulo mais perverso da Literatura Mundial, o Grande Inquisidor, um poema que Ivan Fiodorovitch narra ao irmão Alexei Fiodorovitch, no qual Jesus Cristo retorna e se depara com a Santa Inquisição em Sevilha.

Essa obra-prima de Dostoiévski nos envolve em um intricado jogo de relações familiares, paixões desenfreadas e debates filosóficos profundos. É uma jornada que nos leva aos limites da moralidade, do sofrimento humano e da busca por redenção. Em meio às páginas densas e intensas, Dostoiévski nos confronta com questões existenciais profundas e nos cativa com sua escrita magistral.

2666 – Roberto Bolaño | 856 páginas

Que tipo de história se pode esperar de um romance com quase novecentas páginas, escrito por um autor ciente de sua batalha contra a morte? Os mais apressados poderiam antecipar uma narrativa sobre a vida e a morte, em que o autor dissertaria sobre a iminência do fim e a transitoriedade da existência. Os cinéfilos poderiam vislumbrar uma recriação da cena clássica de “O Sétimo Selo” de Bergman. Quanto aos filósofos, bem, deixemos os filósofos de lado. No entanto, Bolaño presenteia-nos com um romance que não se trata de uma única história, mas de cinco, todas elas convergindo para a cidade de Santa Teresa, na fronteira entre México e Estados Unidos, local marcado por inúmeros assassinatos de mulheres.

Não há digressões enfadonhas sobre o sentido da vida ou temas semelhantes, apenas um mosaico magistralmente delineado, onde encontramos de tudo: professores universitários em busca de um autor em meio a uma relação complexa entre eles, um professor universitário à beira da loucura com sua filha, um repórter negro do Harlem relutantemente cobrindo uma luta de boxe no México, assassinatos misteriosos e mais assassinatos misteriosos de mulheres em uma cidade esquecida por Deus no México, um autor alemão durante a Segunda Guerra Mundial, prestes a receber o Nobel, que se esconde de todos. Para aqueles que esperavam um mundo nas quase novecentas páginas de “2666”, Bolaño não entrega apenas um mundo, mas sim o mundo inteiro. Essa obra colossal de Bolaño nos leva a mergulhar nas complexidades da existência humana e nas diversas camadas da sociedade, em uma trama envolvente e repleta de mistérios.

O Arco-íris da Gravidade – Thomas Pynchon | 740 páginas

Não há muito a ser dito sobre as quase oitocentas páginas deste romance. Não podemos descrever sua linguagem, pois ele está entre “Ulisses” de Joyce e todos os romances loucos que vieram depois dele (talvez com uma única diferença em relação ao livro de Joyce: este é muito mais divertido). Como descrever um livro narrado como um romance policial, repleto de referências a filmes B, histórias em quadrinhos, música, magia, ocultismo, drogas (é claro) e uma infinidade de outras coisas que fazem o leitor se perder nas diversas reviravoltas do texto, como em um filme de Quentin Tarantino? Podemos mencionar a paranóia que permeia o romance, um elemento chave para se compreender e se divertir em qualquer obra de Thomas Pynchon, mas mesmo isso seria insuficiente.

Podemos afirmar apenas duas coisas sobre “O Arco-Íris da Gravidade”: primeiro, ele se passa durante a Segunda Guerra Mundial; segundo, é um grande romance. Neste livro, Pynchon nos presenteia com uma narrativa abrangente e intensa, retratando um mundo em guerra com uma mistura de ironia, humor e profundidade. É uma obra que desafia convenções e nos leva a uma viagem alucinante através de personagens excêntricos, eventos surreais e reflexões filosóficas. “O Arco-Íris da Gravidade” é uma experiência literária única e cativante, que nos convida a explorar os limites da imaginação e a questionar a natureza da realidade em um contexto histórico conturbado.

Os Buddenbrooks – Thomas Mann | 712 páginas

Assim como Balzac criou a “Comédia Humana” para retratar a ascensão da burguesia na França, Thomas Mann precisou apenas de um breve romance de mil páginas para explorar a decadência de uma família burguesa alemã – no caso, a própria família do autor. Nesse último suspiro do realismo, Mann, em seu primeiro romance, apresenta como uma família confortável e poderosa vai gradualmente entrando em declínio até desaparecer completamente. Tudo está presente: nascimentos, festas de casamento, mortes, funerais, as intrigas familiares da burguesia, os jogos de poder e muito mais. É claro que há o negócio da família, o irmão inconveniente, a irmã que só parece errar na vida, o orgulho dos que perdem o status, mas não a dignidade. Em suma, testemunhamos o auge e o fim de um mundo e de seus personagens.

Nessa narrativa magistral, Thomas Mann retrata com maestria os altos e baixos dessa família burguesa, explorando os complexos relacionamentos, as transformações sociais e as dinâmicas de poder que levam à sua decadência. Ao longo das mil páginas, somos levados a uma jornada emocional e intelectual, testemunhando a efemeridade da grandeza e o inevitável declínio das estruturas sociais. É um retrato vívido e detalhado de uma época e de uma classe social, mergulhando nas profundezas da alma humana e expondo as fragilidades e grandezas das pessoas que compõem essa família.

Nessa obra-prima de Thomas Mann, encontramos uma reflexão profunda sobre a vida, a morte, a família e o destino, capturando a essência da condição humana em um contexto específico. É uma leitura imersiva e envolvente que nos transporta para o mundo dessa família, nos permitindo vislumbrar os mistérios e as complexidades da existência.

Grande Sertão: Veredas – Guimarães Rosa | 560 páginas

Nenhum romance brasileiro conseguiu criar uma vertente própria e original tão poderosa como “Grande Sertão: Veredas”. Entre os autores que tentaram realizar algo semelhante a Guimarães Rosa estão João Ubaldo Ribeiro (com “Sargento Getúlio”), Ariano Suassuna (com “Romance d’A Pedra do Reino”), Mário Palmério (com “Chapadão do Bugre”) e Benito Barreto (com a tetralogia “Os Guaianãs”). As influências presentes nesse romance são tão vastas e variadas que resumir Riobaldo a um ex-jagunço que narra sua história de vida seria uma redução injusta. Ao longo dessas seiscentas e poucas páginas de aventuras e desventuras, testemunhamos de tudo um pouco: jagunços em ação, um personagem que era ao mesmo tempo, com homem e mulher (e aqui temos talvez a melhor parte de todas, um quase romance homossexual em pleno 1956!), um pacto com o diabo ou algo semelhante. Atravessamos o sertão e o tempo com Riobaldo, chegando à modernidade e a um tempo que se dissipa com as convicções do narrador sobre a existência do diabo. O que mais podemos dizer? A existência se revela em toda sua plenitude após essa jornada épica. “Grande Sertão: Veredas” é um livro que nos confronta com a complexidade da vida, com a multiplicidade de experiências humanas e com a própria essência da existência. É uma obra que desafia as fronteiras da linguagem e nos transporta para um universo rico e profundo, onde a realidade se mistura com a poesia e os limites do conhecimento são postos à prova. Através da narrativa de Riobaldo, somos convidados a questionar nossas próprias convicções e a refletir sobre a natureza da alma humana.

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