afrofuturismo suas origens no presente e para o futuro
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Afrofuturismo: suas origens, no presente e para o futuro

O Afrofuturismo não se deve resumir por um entendimento de que o seu conceito é no mínimo uma forma de arte visual ou escrita, criada pelos negros em toda a diáspora africana. Pelo contrário, esse futuro presente é uma constancia em movimento, evolutiva tanto no sentido literário como no estetico.

Quem sabe o Afrofuturismo não nos mostre que a ficção deveria estar repleta de escritores negros. Não somente, como é uma oportunidade para escritores negros transformarem sua vivência em marcos literários para a literatura geral.

O que é Afrofuturismo?

Afrofuturismo contempla uma série de subgêneros especulativos, mas não sendo unicamente na fantasia ou ficção científica, que centraliza o olhar negro. Por sua vez, é a voz de personagens negros ora marginalizados ou apagados de tantas histórias.

Quando surgiu o Afrofuturismo?

O pensamento afrofuturista nasceu da percepção crítica dos filmes e livros de ficção científica que não eram capazes de retratar pessoas negras. Por exemplo, é fácil perceber a ausência de negros no elenco de personagens, ou ainda na sua inclusão apenas de forma decorativa.

O americano, Sun Ra, é o líder do que conhecemos como movimento artístico-cultural que aliava a estética negra com a ficção especulativa. O instrumentista, compositor e poeta fora fascinado pela ficção científica, vendo no futuro um lugar onde não existe racismo e preconceitos.

A palavra, Afrofuturismo, só veio aparecer em 1993, pelo escritor e crítico cultural Mark Dery, que projetava pessoas negras em um futuro e considerava estratégias para assegurar sua prosperidade.

Claro que negros escrevendo fantasia e ficção não são novidade. Por exemplo, em Black Sci-Fi Short Stories , há mais de 100 anos de histórias de ficção científica, incluindo “The Comet” de 1920, do autor WEB DuBois. Neste conto, o autor imaginou um mundo onde um cometa atinge a cidade de Nova York e um homem negro e uma mulher branca eram os únicos sobreviventes.

Escritores Afrofuturistas para você conhecer

Octavia E.Butler

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Nossa dama da ficção científica escreveu sobre uma visão afro-america, graças a sua vivência, mas também nos presenteou na compreensão como negros, para enxergamos o futuro. Seus livros mais conhecidos são Kindred, A parábola do semeador, A parábola dos talentos, Ritos de passagem e o conto Sons de fala.

Lu Ain-Zaila

Lu Ain Zaila afrofuturista

A autora é uma das vozes mais potentes do afrofuturismo brasileiro. Seus livros mais conhecidos são (In)Verdades, (R) Evolução, Sankofa: breves histórias afrofuturistas e “Ìségún.

Samuel R. Delany

Samuel Delany afrofuturismo

Autor precursor do afrofuturismo na ficção científica, Delany traz discussões sobre negritude, sexualidade, classes sociais, memórias e linguagem. Seus livros lançados no Brasil são Babel-17 e Estrela Imperial.

Nnedi Okorafor

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A autora se considera totalmente africanofuturista, abordando temas como a cultura, história e mitologia africana. Seus livros são Quem Teme a Morte, Bruxa Akata e Binti.

Marlon James

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Marlon James usa diversas referências africanas, tradição oral iorubá, patoá jamaicano, além de mitologias e folclores de origem do Norte da África e do Chifre da África em suas obras. Seus livros lançados no Brasil são Leopardo Negro, Lobo Vermelho e Breve História de Sete Assassinatos.

N. K Jemisin

NK Jemisin afrofuturismo

A autora foi a primeira mulher negra a ganhar o Hugo Awards na principal categoria de Melhor Romance e a única no planeta a ganhar o prêmio por três anos seguidos, de 2016 a 2018. Os temas abordados em suas obras são justiça social, violência e comportamento humano. Seus livros mais conhecidos são a trilogia, A Terra partida.

Tomi Adeyemi

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É autora da trilogia, O legado de Orishä, que é baseado na cultura Iorubá, possuindo dois livros, os filhos de sangue e osso, publicado no Brasil, e Filhos da virtude e vingança, ambos publicados no Brasil. O primeiro livro em destaque foi finalista do Nebula de 2018, mas ganhou o The Andre Norton Award no mesmo ano.


Agora me conta, você conhecia o conceito de Afrofuturismo? Ficou surpreso ou surpresa com a lista de escritores negros presentes neste gênero literário?

Raphael T. A. Santos é apaixonado por SciFY e literatura, tendo estado presente nas primeiras edições das antologias do Grupo Editorial Andross, com 6 contos, possuindo também uma publicação na antologia Rupturas, produzido no âmbito do Curso de Introdução à Escrita Criativa, coordenado pelo autor Tiago Novaes e, de forma independente, o conto de terror cósmico, Umidade, e atualmente escreve suas crônicas, tópicos de escrita criativa, carreira literária e marketing no site Escrita Selvagem. Publicou o seu primeiro livro de romance, Mãe de Sal, em 2021. Frágil como Origami é o seu segundo livro.

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