Tipos de Narrador na Literatura: quais são e características

O narrador é aquela “voz” imaginária que supostamente está contando uma história para o leitor ou público. Além disso, o narrador é em alguns casos o próprio personagem, mas pode ser uma voz ausente ou presente no enredo, como se fosse uma camera que filma o que está assistindo, podendo conhecer previamente os eventos narrativos ou ter um ponto de vista indiferente da narrativa.

Por causa disso, existem algumas confusões no entendimento da separação entre narradores e seus pontos de vista, por isso neste artigo vamos abordar como um leitor compreende as diferentes perspectivas e como você escritor pode usar as mesmas ao seu favor.

Qual é o significado de narrador?

Aristóteles, definiu três tipos de narradores: um que usa sua própria voz, um que assume as vozes de outras pessoas e um que usa uma mistura de sua própria voz e as vozes dos outros. Identificar quem é o narrador e o que está tentando nos dizer, por meio de sua voz, é crucial para a compreensão de qualquer obra literária.

Sinônimos de Narrador

O termo narrador tem alguns sinônimos. Embora você provavelmente encontre este termo com mais frequência, é útil estar familiarizado com suas variações que são:

• Contador de histórias
• Orador
• Cronista
• Descritor
• Anedótico
• Interlocutor
• Locutor

Quais as funções de um narrador?

A função do narrador é ser aquele interlocutor ficcional que foi construído para os propósitos de uma história. Por sua vez, esta pessoa apresenta aos leitores seus pontos de vista e opiniões que podem diferir dos pontos de vista do autor.

Existem alguns tipos de narrador e para categorizar cada um deles, precisamos compreender qual o grau de envolvimento que estes possuem dentro da narrativa.

Tipos de narrador em contradição com seus pontos de vista

O ponto de vista do narrador e o tipo de narrador são diferentes, como demonstra esta tabela:

Narrador	Ponto de vista
Aquele que está contando a história.	Estabelece se o narrador e o público são participantes da obra.
A “voz” da obra.	Estabelece a quantidade de informações que o leitor e o público conhecem do texto.

Em resumo, o ponto de vista narrativo estabelece o quanto o narrador sabe, o que afeta a forma como o narrador conta a sua história.

Quais são os tipos de narradores?

Existem ao todo três tipos principais de narradores que são, primeira pessoa, segunda e terceira.

O que é um narrador em primeira, segunda e terceira pessoa?

Os narradores de primeira, segunda e terceira pessoa têm um ponto de vista diferente da história, e o leitor pode identificá-los usando os pronomes que os definem:

• Narrador em primeira pessoa: um orador que usa pronomes “eu” e geralmente está envolvido como testemunha ou participante ativo da história.
• Narrador em segunda pessoa: aquele que usa os pronomes “Você”. Esses criam ambiguidade porque o leitor não tem certeza se eles estão sendo fiéis ao que estão falando e, portanto, não podemos saber facilmente quanta participação eles têm de fato na história.
• Narrador limitado em terceira pessoa: que usa pronomes “ele/ela/eles/gênero neutro”. Podem ser invisíveis, distantes ou intrusivos, fazendo comentários sobre personagens ou eventos na história. Os narradores em terceira pessoa são frequentemente considerados confiáveis, porém só podem relatar seu próprio ponto de vista.
• Narrador onisciente em terceira pessoa: voz onisciente que também usa pronomes de gênero neutro, mas fica fora dos eventos. Este narrador tem acesso a todos os pensamentos dos personagens e ao conhecimento dos eventos onde e quando eles ocorrem no romance.

Quais são os diferentes exemplos de narrador?

Mesmo que você tenha a visão que eles possuem dentro do enredo, ainda precisamos conhecer mais sobre suas opiniões na narrativa.

Os diferentes exemplos de narradores são:

• Narrador confiável
• Narrador não confiável
• Narrador intrusivo
• Narrador autoconsciente
• Narradores subjetivos/objetivos

Veremos cada um deles com mais detalhes.

O que é um narrador confiável e não confiável?

Um narrador confiável na história é geralmente aquele que nós leitores confiamos por apresentar o mundo de forma direta e aberta. Por outro lado, o narrador não confiável é aquele que usa muito do seu ponto de vista, por vezes errando fatos, compreendendo de forma equivocada eventos e tornando tendenciosa sua narração.

Tipo de narrador	Os eventos narrados	Conta como ocorreu	Conta meias verdades
O Narrador Não Confiável
O Narrador Confiável

Esta tabela tem a função de exemplificar como o narrador não confiável pode distorcer a verdade mesmo que esteja falando sobre os mesmos fatos de um narrador confiável. No entando, nem sempre um narrador em quem não confiamos é alguém que escolhe mentir, pois pode realmente observar de forma distorcida sua própria realidade.

Pense que não é difícil acidentalmente um amigo te contar uma informação que entendeu errado, então seu narrador pode deixar de lado fatos que não considera interessantes, mas que você como amigo ou leitor, precisa para poder compreender o que realmente aconteceu.

Por exemplo, uma criança vai narrar fatos sobre sua vida que podem diferenciar e muito de como seus pais estão observando. Ou seja, a criança não é confiável por maldade, mas por talvez não ter a mesma observação ou experiências que uma pessoa mais velha.

O que é um narrador intrusivo?

Este narrador faz relatos comentados e avaliações das ações dos personagens. Um narrador assim tem personalidade forte e aparecem em narradores oniscientes em primeira e terceira pessoa. Por sua vez, seus julgamentos sobre os fatos é bastante direto, chegando a tentar se intrometer em como os leitores devem compreender os acontecimentos e emoções das personagens.

Os intrusivos vão interferir como lemos uma história e oferecer comentários sobre sua própria moral, não se importante em como os personagens se sentem, mas dando as respostas sem nos deixar questionar.

O que é um narrador autoconsciente?

Os autoconscientes são aqueles que ajudam em romper as barreiras entre o leitor, narrador e autor. Ou seja, é aquele que chama a atenção para o artifício do romance, que é uma característica da Metaficção. O narrador autoconsciente usa técnicas como foregrounding e desfamiliarização para expor as discrepâncias entre ficção e realidade.

Em notas simples, o autor neste narrador deixa rastros ao leitor sobre a criação literária, com pontos de vistas plurais no enredo que fazem um convite ao leitor para uma interpretação crítica e reflexiva sobre sua obra.

Em suma, eles vão abordar suas verdadeiras intenções sobre a obra, analisando os fatos e entregando ao leitor exatamente as intenções do autor.

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Perguntas mais frequentes: