10 Tendências da Ficção Científica, que Estão Ultrapassadas
É inegável que a ficção científica deu origem a muitas das tendências que hoje vemos nos filmes, séries e livros. Como um dos gêneros mais populares da cultura pop, foi e ainda é responsável por alguns dos melhores filmes e programas de todos os tempos, como Star Wars, Stranger Things e Blade Runner. Porém, como gênero literário, ainda é um pouco marginalizado e visto na sociedade como algo sem senso crítico, mas quem tem essa perspectiva é que nunca colocou as mãos nos livros deste gênero.
Como outros gêneros, a ficção científica possui tendências que não apenas se popularizaram, mas também formaratam histórias num mesmo padrão. Infelizmente, por melhores que sejam algumas destas tendências, muitas hoje são ultrapassadas, sendo usadas com exagero ou se tornando piada na internet. Por este motivo, acabamos ficando felizes de ver certas tendências desaparecendo e em segundo plano.
Moda futurista inútil que é usada por estética
A moda do futuro atendeu um estilo onde as pessoas pensavam plausível de existir. Podendo incluir peças metálicas, penteados extravagantes, adereços para a cabeça, cores vivas ou itens fluorescentes. Na mídia, a ficção científica se tornou uma escolha de estilo no lugar de trajes úteis no dia a dia.
Filmes como O quinto elemento, que eu ainda amo de paixão, mostram roupas consideradas do futuro, mas raramente lógicas. Com o passar do tempo, as roupas foram se adequando a moda atual, levando os espectadores a observar trajes mais tecnológicos, mas que não deixavam seu proposito de serem úteis.
Monstros gigantes que atacam aleatoriamente uma grande cidade
Normalmente, na ficção científica é normal ver criaturas gigantescas amedrontando cidades em filmes no qual a ação fala mais alto. Filmes assim geralmente se concentravam mais nos efeitos especiais e em cenas desenfreadas, levando os personagens em momentos unidimensionais e enredos superficiais.
Godzilla é o filme de monstros da ficção científica mais popular neste gênero, também bastante superficial. Hoje em dia, nós queremos consumir filmes em que se concentrem em equilíbrio com cenas de ação e no desenvolvimento dos personagens, assim como nas origens da criatura e em suas motivações para a destruição. Às vezes destruição sem sentido é divertido, mas é apenas isso e mais nada.
O escolhido (que não é o escolhido) que salvará o mundo
O tropo “O Escolhido” surge da ideia de uma profecia onde uma pessoa foi predestinada para cumprir a missão de salvar o mundo.
Seja Neo em Matrix ou ainda Luke Skywalker de Star Wars, os personagens são destinados a salvar o mundo, mas acabam sendo revelados como não sendo os heróis de verdade, ou os únicos que poderiam solucionar a questão. O problema nem é o enredo em si, mas o exagero de usar a jornada do herói para criar os mesmos enredos com pequenas alterações. Sabe, faltam algumas surpresas.
Ficção científica de vanguarda que desafia convenções típicas de ficção científica
Esta é uma tendências experimental, ou também chamada de Arthouse, que existe para criar obras em oposição ao entretenimento convencional. No Sci-fi, é um pouco difícil se manter em regras, porque embora as histórias possam ser bastante impressionantes, também acabam fugindo do que se espera deste gênero.
O filme Melancolia é um exemplo, lá se aborda o lado mais profundo e depressivo durante o fim dos tempos. Mantendo-se fiel nas construções de gêneros apocalípticos e na ficção cientifica, mas não vai muito além disso e desperdiça qualquer parte da ciência. Filmes assim acabam frustrando bastante algumas pessoas que ficam mais confusas do que interessadas após assistir.
Technobabble que é uma invenção e inexplicável de entender
Às vezes, pode ser completamente impossível compreender termos científicos e outros elementos quando não somos acostumados aos mesmos. Isso ocorre devido ao technobabble, um termo que descreve aquelas palavras sem sentido ou que parecem jargões científicos.
Você vai notar muito isso em programas como Star Trek, onde em alguns diálogos os personagens falam coisas incompreensíveis, usando itens e dispositivos que são inventados. Os diálogos, com efeito do technobabble podem cansar o espectador e o leitor, embora em mundos assim possam de fato existir termos inventados, eles ainda devem ter alguma mínima familiaridade ou glossário para apoiar.
Estereótipos de mulheres poderosas e fortes
Personagens femininas fortes nas tendências de ficção científica não são incomuns e nem erradas, muitas dessas mulheres são inesquecíveis e muito queridas até hoje, mas algumas caíram em estereótipos no gênero, como duronas, solitárias e coniventes. Geralmente, embora personagens bem construídas, podem acabar caindo em sexualizadas e personificarem estereótipos por serem mulheres.
Um exemplo é a Daenerys Targaryen da séria de Game of Thrones, que nas primeiras temporadas era a imagem da mulher forte ideal, mas conforme fomos chegando na fatídica última temporada, ela levou a imagem de mulher incontrolável e exagerada, o que arruinou totalmente a personagem que tanto estávamos torcendo. Que os livros não decepcionem nossa querida Khalessi (se um dia os livros forem lançados é claro).
Experimentos dando muito errado
Um dos tropos mais comuns são seres criados em laboratórios ou experimentos fracassados. Basicamente, são cientistas tentando criar algo e isso se transforma em um desastre sem precedentes.
Nos filmes Splice ou A Mosca, temos cientistas fazendo experimentos devido a alguma obsessão dos seus estudos. O pior de tudo é que esses enredos geralmente levam a finais com comportamentos violentos, onde até mesmo pode ocorrer envolvimento sexual não consentido com o cientista e sua criação. Antes pode ter sido bacana o grotesco, mas hoje não são nenhuma surpresa.
IA se torna consciente e quer destruir o mundo
Existem inúmeras representações positivas e negativas deste tropo, mas normalmente é uma IA que se torna maligna e tenta ganhar vantagem sobre os humanos.
Por ser uma premissa bastante interessante, às vezes essa tendência se descaracteriza quando a IA não parece estar pensando ou tento motivos bons o suficiente. Hoje, começamos a perceber bem mais sobre a moralidade das máquinas e com as leis da robótica de Asimov, sabemos que é impossível que nenhum programador hoje em dia se preocuparia com uma IA revoltada.
A onda das distopias e utopias
Essas obras analisam a vida na Terra ou em outros mundos, onde ocorre o colapso da sociedade, divisão social, ruínas ambientais e cenários de total desesperança. Em alguns casos, as distopias podem se disfarçar de utopias, com mundos ideais, mas que, na verdade, estão fadados ao fracasso.
Independente destes cenários, as questões e os resultados parecem os mesmos. Os livros Divergente, Jogos Vorazes, O Teste e A Seleção, parecem que carregam os mesmos pesos de enredo, utilizando as mesmas construções de base de mundo que acabam se tornando repetitivos, mesmo que os autores tenham as melhores intenções de inovar.
Os alienígenas são todos iguais
Os alienígenas de diversas produções não possuem tamanhos diferentes, crenças ou aparências que os distinguem dos outros, mas todos parecem desejar dominar mundos. Se os seres humanos são tão diferentes entre si e com tantas diversidades, por qual motivo os seres de outros planetas precisam ser clones uns dos outros?
Na série Stargate SG-1 os Asgardianos são uma clássica raça de alienígenas pequenos, cinzentos, cabeçudos e com olhos grandes. Mesmo que durante as temporados foi dito que a raça se clona devido à infertilidade, não justifica que outras raças da mesma série tenham a mesma condição. Atualmente, estes visuais pouco mudaram e ainda permanecem imutáveis, mostrando uma clara falta de orçamento ou preguiça de inovar na criação de novas espécies.