Domine o Português: Crase, Vírgula e Porquês Desmistificados
Muitos consideram a língua portuguesa um dos idiomas mais complexos. E, mesmo para nós, falantes nativos, certos aspectos gramaticais podem ser desafiadores.
Sem pretender transformar este blog em um manual de gramática, decidi abordar três dos tópicos mais difíceis: o uso da crase, da vírgula e dos porquês.
Quer se livrar dessas dúvidas de uma vez por todas? Continue lendo e nunca mais erre neste guia super prático!
Uso da Crase
Um simples acento grave (`) pode causar muita confusão. Apesar de boatos de que o novo acordo ortográfico teria abolido a crase, ela continua muito presente e necessária no nosso cotidiano.
A crase ocorre na fusão do artigo definido “a” com a preposição “a”. Portanto, usamos à em vez de “a a”, como em “fomos a a escola” que se torna “fomos à escola”.
Regras de Uso da Crase
- Antes de Palavras Femininas: Uma regra básica é usar a crase antes de palavras femininas. Para confirmar, substitua a palavra feminina por uma masculina equivalente. Exemplo: “fomos ao colégio” torna-se “fomos à escola”.
- Antes de Horas: Use a crase para indicar horários específicos, como em “o jogo começa às 22h”. Evite a crase ao referir-se a duração, por exemplo, “as três horas de jogo foram intensas”.
- Locuções Adverbiais, Prepositivas e Conjuntivas: Expressões como “à noite”, “às vezes”, e “à medida que” requerem crase. Exemplos: “Te vejo à noite” e “Às vezes, fico confuso com a crase”.
- Antes de Pronomes Demonstrativos: Use crase antes de “aquele”, “aquela” e “aquilo”. Exemplo: “Meu sonho é viajar àquela praia”.
Quando Não Usar a Crase
- Palavras Repetidas: Exemplo: “cara a cara”, “frente a frente”.
- Antes de Palavras Masculinas: Exceções à parte, como em “carro a diesel”.
- Antes de Verbos: Exemplo: “ele aprendeu a tocar violão”.
- Pronomes Pessoais e Demonstrativos: Exemplo: “ofereceram a mim um emprego”.
Uso Opcional da Crase
- Depois da Preposição “até”: Exemplo: “fui até à casa de Joana” ou “fui até a casa de Joana”.
- Antes de Nomes Próprios Femininos e Pronomes Possessivos.
Uso da Vírgula
A vírgula não é apenas uma pausa para respirar. Ela separa elementos numa frase, deixando o texto claro e evitando ambiguidades.
Quando Usar a Vírgula
- Separar Elementos: Exemplo: “Machado de Assis, Monteiro Lobato, e Clarice Lispector são autores famosos”.
- Depois do Vocativo: Exemplo: “Juliano, arrume seu quarto!”.
- Entre Apostos: Exemplo: “Juliano, fundador do Bingo!, escreve muito bem”.
- Depois de “Sim” e “Não”: Exemplo: “Sim, entendi a explicação”.
- Orações Subordinadas Adverbiais: Exemplo: “Ontem, João lavou o carro”.
Quando Não Usar a Vírgula
- Separar Sujeito e Predicado: Exemplo: “O autor finalizará seu romance logo”.
- Separar Verbo e Complemento: Exemplo: “Eles chegaram no salão da editora”.
- Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: Exemplo: “Os livros que possuem registro foram escritos por Juliano”.
Uso dos Porquês
- Porque: Conjunção explicativa. Exemplo: “Não fui porque estava cansado”.
- Porquê: Substantivo, sinônimo de “motivo”. Exemplo: “Qual o porquê de tanta demora?”.
- Por que: Usado em perguntas diretas ou indiretas. Exemplo: “Por que você não veio?”.
- Por quê: Usado no final de frases interrogativas. Exemplo: “Você ainda não leu? Por quê?”.
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