Fantasia Clássica vs Fantasia Moderna

A fantasia é um gênero literário que tem cativado leitores de todas as idades ao longo das décadas. Desde os mundos mágicos de J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis até os universos complexos e intrincados de Brandon Sanderson e George R.R. Martin, a fantasia evoluiu de formas fascinantes. Neste artigo, exploraremos as diferenças entre a fantasia clássica e a fantasia moderna, analisando aspectos como estilo de escrita, personagens e construção de mundo.

Estilo de Escrita

Uma das principais diferenças entre a fantasia clássica e a moderna reside no estilo de escrita. Obras clássicas, como “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis” de Tolkien, e “As Crônicas de Nárnia” de Lewis, muitas vezes utilizam um narrador onipresente que guia o leitor através da história com um tom quase paternalista. Frases como “mal sabia ela, seu dia estava prestes a ficar muito pior” são comuns e refletem uma abordagem mais direta e autoritária na narração.

Por outro lado, a fantasia moderna tende a ser mais sutil e envolvente. Autores contemporâneos, como Patrick Rothfuss e Steven Erikson, utilizam técnicas narrativas que permitem aos leitores descobrir a trama junto com os personagens, criando uma experiência mais imersiva. Embora a escrita de Tolkien seja considerada bela e literária, muitos argumentam que a prosa de autores modernos é mais refinada e acessível ao leitor contemporâneo.

Personagens

Os personagens na fantasia clássica frequentemente seguem arquétipos bem definidos: o herói, o mentor, o vilão. Esses tropos, embora icônicos, podem parecer simplistas quando comparados aos personagens multifacetados encontrados na fantasia moderna. Em “Wheel of Time”, Robert Jordan trouxe esses clichês para o estilo moderno, influenciando escritores como Brandon Sanderson.

Sanderson, em sua série “Mistborn”, subverte o arquétipo do Lorde das Trevas ao apresentar um mundo onde o vilão venceu. Essa inversão dos tropos clássicos adiciona camadas de complexidade e surpresa à narrativa, mantendo os leitores engajados e desafiando suas expectativas.

Construção de Mundo

Quando se fala em construção de mundo, J.R.R. Tolkien é frequentemente citado como o mestre indiscutível. A riqueza e a profundidade da Terra-média são incomparáveis e serviram de inspiração para incontáveis escritores. No entanto, a fantasia moderna trouxe inovações significativas nesse aspecto.

Steven Erikson, em sua série “Malazan Book of the Fallen”, co-criada com Ian C. Esslemont, criou um mundo tão vasto e complexo que muitos acreditam que rivaliza com o de Tolkien. Da mesma forma, os universos interconectados do Cosmere de Brandon Sanderson e os intrincados reinos de “A Song of Ice and Fire” de George R.R. Martin demonstram que a construção de mundo na fantasia moderna pode ser igualmente, senão mais, impressionante.

Pensamentos Finais

Então, fantasia clássica ou fantasia moderna: quem ganha? Embora as obras de Tolkien, Lewis e outros pioneiros tenham lançado as bases do gênero e continuem a ser amadas, a fantasia contemporânea trouxe uma sofisticação e uma inovação que muitas vezes superam seus predecessores. Escritores como R.F. Kuang, Patrick Rothfuss e inúmeros autores autopublicados estão criando histórias fascinantes e mundos deslumbrantes que mantêm o gênero vibrante e em constante evolução.

Vivemos em uma era de ouro da fantasia, onde a tradição e a inovação coexistem, oferecendo aos leitores o melhor dos dois mundos. Aproveite as obras do passado, mas também abrace as maravilhas que o presente e o futuro da fantasia têm a oferecer.

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