
Livros de Ficção Científica “Infilmáveis” que Eu Gostaria Muito de Ver no Cinema
Depois do sucesso de adaptações como Duna e O Senhor dos Anéis — que muita gente achava que nunca funcionariam em live-action — comecei a pensar: quais outros livros, considerados “infilmáveis”, mereciam uma chance nas telas? Com tecnologia avançando e diretores cada vez mais ousados, talvez seja hora de trazer algumas dessas obras complexas e fascinantes para o cinema. Aqui estão os títulos que eu adoraria ver adaptados (mesmo que só em um mundo ideal com orçamentos infinitos e diretores perfeitos).
Terramar – Ursula K. Le Guin

Amo o universo de Terramar, mas admito que adaptá-lo seria um desafio enorme. A série tem saltos temporais grandes entre os livros e um tom contemplativo que é difícil de traduzir em imagem. Mesmo assim, a jornada do Gavião (Ged), suas batalhas internas e como ele domina a magia merecem uma chance no cinema — com respeito ao ritmo e à filosofia da autora.
Foi adaptado pelo Studio Ghibli, mas a animação, por mais bem feita que seja, não conseguiu transmitir o tom exato dessa história
Encontro com Rama – Arthur C. Clarke

Não dá pra acreditar que ainda não fizeram esse filme. Uma nave alienígena gigantesca entra no sistema solar e uma equipe vai explorá-la, sem encontrar nenhum alienígena — apenas mistérios. É pura ficção científica exploratória e visual. Com um bom diretor, isso poderia ser tão fascinante quanto 2001: Uma Odisseia no Espaço.
Hyperion – Dan Simmons

Essa é, de longe, uma das minhas séries favoritas. O livro tem uma estrutura de múltiplas histórias dentro de uma jornada, quase como Os Contos de Canterbury no espaço. Tem viagem no tempo, IA, guerra intergaláctica, religião, filosofia… e o Shrike, claro. É complexo, mas com uma abordagem tipo Game of Thrones (pelo menos nas primeiras temporadas), funcionaria muito bem em série de alto nível.
Discoworld – Terry Pratchett

O humor, a sátira e o mundo absurdo de Pratchett pedem uma adaptação grandiosa, com investimento de verdade. As tentativas anteriores, como a da BBC, foram um desastre — então entendo a hesitação do espólio dele. Mas com o tom certo e um bom orçamento, esse universo é ouro puro para o audiovisual.
Estação Perdido – China Miéville

Esse seria difícil. A quantidade de raças híbridas, as criaturas grotescas e o ambiente urbano distorcido exigiriam efeitos visuais de altíssimo nível. Mas a atmosfera de Nova Crobuzon, a mistura de magia e tecnologia, e a complexidade política dariam um filme único, diferente de tudo o que já vimos.
Guerra Sem Fim – Joe Haldeman

O livro mexe com conceitos difíceis como a dilatação do tempo e a alienação do soldado que volta para um mundo completamente mudado. É profundamente humano e brutal ao mesmo tempo. Merecia uma adaptação cuidadosa — sem transformar tudo em uma franquia de ação genérica.
A Casa das Folhas – Mark Z. Danielewski

Essa é a mais difícil da lista, e talvez a mais interessante. A única forma de adaptar A Casa das Folhas seria repensando totalmente o que é uma experiência cinematográfica. O livro é desconcertante, muda a própria forma como a gente lê. Se um filme conseguisse fazer isso com o cinema, seria revolucionário. Dá pra imaginar algo entre A Origem e Twin Peaks, só que ainda mais experimental.
Com as adaptações recentes elevando o nível do que é possível, acho que o conceito de “infilmável” está ficando cada vez mais obsoleto. Com a equipe certa, qualquer uma dessas histórias poderia virar algo memorável. E você — que livro “infilmável” você gostaria de ver nas telonas?

