Crítica: A Roda Do Tempo — 2ª Temporada

A adaptação da extensa saga de fantasia de Robert Jordan, composta por 14 romances e uma prequela, nunca foi uma tarefa fácil para a televisão. No entanto, o Prime Video embarcou nessa jornada com grande investimento, buscando criar sua própria versão de Game of Thrones, dando ao fundador Jeff Bezos um épico de fantasia para chamar de seu. E, para ser justo, a primeira temporada de “The Wheel of Time” conquistou o título de série original mais assistida na plataforma de streaming em 2021. Mas, como podemos dizer?

A maioria de nós concordou que a construção do mundo foi impressionante, assim como a atuação de Rosamund Pike, que se destacou naturalmente. No entanto, muitos de nós também compartilhamos a percepção de que a roda nomeada na série girou um tanto lentamente. Apesar das reações mornas de críticos e telespectadores, fomos agraciados com uma segunda temporada que surpreende desde o primeiro episódio.

A segunda temporada de “A Roda do Tempo” chega ao seu ápice com o episódio 8, intitulado “O Que Tinha Que Ser”. Este conteúdo pode conter spoilers para aqueles que não assistiram à série de televisão.

O episódio se inicia com uma cena emocionante, onde Ishamael, um antagonista fascinante, enfrenta Rand al’Thor, a reencarnação de seu antigo amigo Lews Therin, que se tornou seu pior inimigo, o Dragão Renascido. A conversa final entre os dois personagens é marcada por Ishamael reconhecendo a beleza da situação, enquanto Rand questiona o que ele vê. Ishamael responde de forma enigmática, e sua morte abrupta deixa uma nota intrigante no desfecho do personagem.

Ishamael, um verdadeiro niilista que buscava eliminar a vida para acabar com o sofrimento, deixa sua marca na história da série. O ator Fares Fares desempenha com maestria esse personagem charmoso e envolvente, tornando-o cativante tanto para os outros personagens quanto para os espectadores.

O clímax da temporada se destaca por apresentar um grupo de protagonistas formidáveis que demonstram poderes sobre-humanos. Moraine, com seu impressionante poder mágico, destrói uma frota inimiga e realiza um espetáculo mágico de tirar o fôlego. Egwene demonstra sua força ao enfrentar Ishamael, apesar de sua relativa inexperiência. E Rand mostra seu poder ao eliminar inimigos com facilidade, incluindo Lord Turak, demonstrando que ele abraçou verdadeiramente seu papel como o Dragão Renascido.

Mat também brilha ao superar seu vício e usar a adaga amaldiçoada de forma criativa, além de convocar os “Heróis da Trompa” em um momento crucial. Perrin, por sua vez, desempenha um papel fundamental na luta contra os inimigos e a vingança pela morte de seu amigo lobo Hopper. Seus poderes de lobisomem atingem um novo patamar, tornando-o uma força formidável.

Nynaeve, por outro lado, enfrenta desafios em relação ao seu próprio poder e luta com seu medo. Isso contrasta com seus amigos, que se tornaram mais poderosos. Essa dinâmica promete ser explorada na terceira temporada.

“A Roda do Tempo” oferece uma abordagem única à fantasia épica, onde os heróis são verdadeiramente poderosos e sabem disso. Essa diferença em relação a outras obras do gênero cria um novo e emocionante caminho na narrativa.

O episódio também se destaca pela cinematografia, com cenas de ação bem iluminadas e coreografadas, em contraste com momentos anteriores da série que eram mais sombrios e menos visíveis. A série continua a evoluir e a surpreender os espectadores.

No final, o episódio deixa uma sensação de possibilidade, abrindo novas perspectivas para o futuro da série. “A Roda do Tempo” está redefinindo a fantasia na televisão, oferecendo uma abordagem distintamente épica e focada em personagens femininas liderando o caminho.

Em resumo, a segunda temporada de “A Roda do Tempo” se tornou uma obrigação para os fãs de fantasia, com uma narrativa envolvente e um elenco de personagens cada vez mais poderosos e cativantes. A série está construindo seu próprio caminho na fantasia televisiva e promete continuar a surpreender os espectadores.