como escrever livros policiais realistas
Como Escrever Um Livro

Como Escrever Livros Policiais Realistas?

Pode parecer difícil escrever livros policiais realistas, mas posso te provar que não é esse bicho de sete cabeças. Além disso, você não precisa ser perito forense e nem nada do tipo para começar a escrever suas histórias, apesar que muitos autores de históricas policiais sempre estão em busca de formulas para definir e construir este gênero.

Em primeiro lugar, entenda se essas premissas são realmente do seu interesse, percebendo suas limitações com a escrita e ou assunto. Em suma, você pode ficar sensível com o tema e deve levar isso em conta quando for escrever seu livro.

Bem, vamos nos aprofundar um pouco mais nas melhores dicas para escrever livros policiais realistas e como fundamentar este gênero.

10 dicas para escrever um livro policial

  1. Leia bastante: pode parecer absurdo, mas tem escritores que não gostam de ler. Por outro lado, todo autor deve ser primeiro um leitor, não apenas por conhecer o que outras pessoas estão escrevendo, mas para identificar as principais caractestristas deste gênero literário e então aplicá-las em suas história.
  2. Escreva todo tipo de história: Você não precisa se prender nos clássicos livros policiais, pode começara navegando por outras vertentes que se encaixem no gênero, como o thriller, o mistério e o Noir, e que permitam uma maior abrangência de contar estes enredos sem ficar tão engessado no que é certo ou errado.
  3. Se aprofunde nas regras: Muitos autores ditam quais são as regras da literatura policial e da de mistério. Por outro lado, você deve identificar dentro dessas regras quais de fato são as melhores opções para sua história e se fazem parte, ou são apenas enrolação para a narração.
  4. Abuse dos personagens cativantes: Em qualquer livro de suspense, o leitor deve se apegar aos personagens e criar uma relação de identificação. Você pode ter o enredo mais incrível do universo, mas se seu investigador ou qualquer outro personagem não gera qualquer identificação com o seu público, você está jogando palavras no lixo.
  5. Seu clímax deve ser importante: Portanto, não exagere na hora de surpreender o leitor, tenha em mente que uma boa história tem uma reviravolta de fato interessante e não apenas uma cena totalmente bizarra e sem peso emocional.
  6. Pesquisar é o que te leva ao bom enredo: Detalhes que o público precisa saber sobre a trama garantem um livro não apenas coeso, mas expressam o trabalho que o autor teve de verdade para escrever sua narrativa. Além disso, ninguém quer ler um livro que os acontecimento são improváveis e em muitos dos casos, cômicos.
  7. O cenário constrói um elemento essencial: O local onde se passa seu enredo tem um peso enorme em como a narrativa se fundamenta, não apenas por tornar real a situação, mas para dar ao leitor uma imersão verídica no cenário escolhido.
  8. Não vitime de forma condescendente: Os autores mais consagrados de thriller não mostram pessoas vítimas e coitadinhas. Portanto, precisamos expressar como o crime afeta verdadeiramente as vitimas, quais impactos isso tem em suas vidas e para a sociedade.
  9. Você deve ser um autor legal e não um cretino: Não use abuse com animais e nem palavrão de forma gratuita, muitos leitores podem se sensibilizar com sua narrativa. Ironicamente, essas mesmas pessoas podem não se importar com isso, mas desde que seu público entenda os reais motivos para o uso dessas cenas, não sofra por isso também.
  10. Confie no seu trabalho: Tenha em mente que seu trabalho é importante e assim como todo escritor de suspense ou o thriller que está criando sua história, haverá furos e erros no enredo. Escreva e então depois de concluir, para e releia parte por parte atrás de pontos fracos na sua narrativa.

Exemplo de obra de ficção policial

Bom Dia, Verônica

De início, esse texto não dará spoiler quando a história, por isso, leia com tranquilidade.

Tanto no livro, quando no seriado podemos identificar alguns acertos críticos para a construção da história. Em primeiro lugar, Ilana Casoy e Raphael Montes, são não apenas autores, mas leitores e que se aprofundaram bastante no gênero policial para construção desta narrativa.

Verônica Torres, a protagonista não é apenas cativante, mas todos ao seu redor parecem ter histórias que se cruzam e ao mesmo tempo, aprofundam o entendimento do que está ocorrendo. Por outro lado, Janete não é uma vítima coitadinha qualquer, seu relacionamento é complicado e isso a leva a se comportar de formas curiosas em toda a trama.

A história se passa na cidade de São Paulo, dando o cenário inicial, mas que se expande conforme cada clímax é apresentado, nos jogando na profundidade de uma trama claustrofóbica e que te fará roer as unhas.

Por fim, boa parte dos itens foram incluídos na narrativa e é inegável o poder narrativo deste livro policial. Agora, vamos conhecer alguns outros atalhos que vão te ajudar na escrita.

Ferramentas Narrativas de Livros Policiais

Aqui estão algumas ferramentas para criar livros de romances policiais com qualidade e dinamismo. Em suma, são técnicas que vão te ajudar a escrever livros com muita precisão.

Cliffhanger

O Cliffhanger é um recurso em que se expõem o personagem a uma situação de limite, no qual há um dilema ou o confronto com uma revelação surpreendente, dando aquele gancho para o leitor ficar obcecado por saber o que vai acontecer.

Red Hering

É uma pista falsa. Conhecido também como, arenque vermelho, é algo que engana ou desvia a atenção de um assunto mais importante. Pode ser uma falácia lógica ou uma figura de linguagem que leva os leitores a uma conclusão equivocada.

Thick Clock

A famosa corrida contra o tempo, onde os personagens tem pouco ou nenhum tempo para solucionar ou encontrar o assassino.

Mcguffin

Na literatura, MacGuffin é uma ferramenta de enredo onde algum objetivo, item desejado, ou outra motivação de enredo da qual o protagonista está em busca, muitas das vezes é uma distração.

Checkov Gun

A arma de Chekhov é uma ferramenta narrativa descrita por Anton Chekhov. Diferente do Red Herring, aqui todos os elementos em uma história devem ser necessários e nada é irrelevante. Por sua vez, os elementos não devem produzir “falsas promessas”, nem afetar o desenrolar do enredo de proposito.

Whodunnit

O famoso, “Quem matou?“, o Whodunnit ou também Who Done It é um recurso narrativa que consiste, à princípio, no assassinato de um dos personagens e que desencadeia todo procedimento investigativo acerca da identidade do verdadeira responsável.


Conhecemos algumas das principais regras para construção de histórias policiais, agora está na sua mão a criação do próximo best-seller.

Se você gostou deste conteúdo pode gostar também de:

Raphael T. A. Santos é apaixonado por SciFY e literatura, tendo estado presente nas primeiras edições das antologias do Grupo Editorial Andross, com 6 contos, possuindo também uma publicação na antologia Rupturas, produzido no âmbito do Curso de Introdução à Escrita Criativa, coordenado pelo autor Tiago Novaes e, de forma independente, o conto de terror cósmico, Umidade, e atualmente escreve suas crônicas, tópicos de escrita criativa, carreira literária e marketing no site Escrita Selvagem. Publicou o seu primeiro livro de romance, Mãe de Sal, em 2021. Frágil como Origami é o seu segundo livro.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.