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Carreira Literária

6 Tipos de Edição: de qual você precisa agora?

No meio literário, descobrir quais tipos de edição você precisa e como encontrar um editor, pode ser bastante intimidante. Na verdade, esse processo não precisa ser complicado e muito menos aterrorizante.

Neste guia, vou te levar por todos os diferentes tipos de edição, o que cada uma envolve e como podem se relacionar. Além disso, você terá informações valiosas sobre o que cada tipo de edição pode fazer para você como escritor. Podemos começar?

Quais são os 6 tipos de edição?

Existem ao menos seis tipos principais de edição, que diferem dependendo do estágio em que seu livro se encontra. Portanto, durante sua leitura vou indicar quais são os melhores momentos para cada uma.

1. Edição de desenvolvimento

A edição de desenvolvimento, também chamada de avaliação de conteúdo ou edição substantiva, envolve o trabalho de um editor que fornece feedback detalhado sobre a “visão geral” do seu livro. Por sua vez, vão te ajudar a refinar ideias, analisar sua narrativa e ajudá-lo a corrigir qualquer grande problema de enredo ou inconsistências. Basicamente, vão diagnosticar o que funciona e o que não funciona na sua história.

Normalmente esta é a primeira etapa do processo de edição. Afinal, você não quer que seu livro seja revisado ou formatado se ainda não tiver desenvolvido o enredo corretamente. Uma edição de desenvolvimento irá certificar que sua história está pronta antes de seguir em frente, afinal, você não quer terminar o trabalho de correção de texto e depois ter que refazer tudo novamente.

O que você ganha com uma edição de desenvolvimento?

Há duas oportunidades aqui que seu editor deve fornecer:

  • um relatório editorial e,
  • um rascunho com anotações.

relatório editorial é uma avaliação do que seu editor pensa que você deve mudar, junto com comentários sobre o que está funcionando e deve permanecer em seu livro. Enquanto isso, o rascunho com anotações é uma versão corrigida do próprio rascunho, com sugestões específicas sobre como corrigir cada problema. Você pode pensar no rascunho anotado como o feedback bruto e o relatório editorial como um resumo destas anotações.

2. Avaliação editorial

Agora, se seu livro não está pronto para a edição de desenvolvimento, mas deseja ter uma feedback apenas, pode solicitar apenas uma avaliação editorial.

O autor não vai receber comentários e nem exemplos do que deve ser reescrito em seu livro, em vez disso, recebem observações que dão foco em traços gerais do enredo. Em suma, uma avaliação editorial é ideal no início do processo de escrita para o escritor que acredita que seu rascunho ainda está bem confuso.

Portanto, podemos entender que a avaliação editorial é como um relatório editorial, mas com menores detalhes. No entanto, você terá menos feedbacks concretos sobre sua história e logo, não deve confiar totalmente nisto para aperfeiçoar seu primeiro rascunho.

3. Edição estrutural

A edição estrutural é basicamente o que parece: uma abordagem para melhorar a estrutura da sua história, de maneira que funcione para a narrativa e mantenha o leitor envolvido.

Não somente, mas esta edição pode ajudar você a determinar se deve dividir sua história em capítulos, se suas separações estão em uma ordem interessante e qual conteúdo você pode excluir ou expandir para complementar ou refinar sua estrutura.

Todas as edições de desenvolvimento devem abordar a estrutura da história ao lado do enredo, personagens e temas. Além disso, uma avaliação editorial pode ter o foco total na estrutura, assim você consegue resolver diversos problemas antes de se aprofundar em uma edição mais complexa.

4. Edição de Copidesque

Digamos que você já resolveu diversos problemas de estrutura e enredo em seu livro e fez as reescritas necessárias, agora é momento de mergulhar na edição de copidesque!

Em notas gerais, o copidesque ou passagem de texto é o trabalho editorial que se faz ao formatar mudanças e no aperfeiçoamento do seu texto. O objetivo aqui é preencher quais lacunas restantes entre a intenção como autor e a compreensão do futuro leitor.

Quais elementos os editores/revisores consideram?

Um editor de copidesque examina e corrige os seguintes itens em seu livro:

  • Ortografia
  • Gramática
  • Iniciais e capitulares
  • Uso e repetição de palavras
  • Incisos de diálogo
  • Uso de números ou numerais
  • Ponto de vista / tensão (corrigir quaisquer mudanças não intencionais)
  • Inconsistências (descrições de personagens, localizações geográficas, objetos, culturais, etc.)

Essencialmente, você já trabalhou bastante em seu livro, mas ainda falta garantir que erros, que podem passar despercebidos, não aconteçam e assim sua escrita ganhe força e mantenha seu leitor interessado e focado na história, sem se preocupar com erro de digitação ou de descrição.

A edição de estilo é igual à edição de copidesque?

Talvez você tenha ouvido falar, caso não, tudo bem. Para esclarecer: a edição de estilo vai examinar apenas o fluxo do seu enredo, com o uso de palavras, pontos de vista, temporalidade e inconsistências descritivas. Por sua vez, a edição de copidesque não se concentra apenas no seu estilo de escrita, mas também na mecânica por de trás da narrativa como um todo.

Então, quando for pedir uma edição em uma etapa mais madura do seu trabalho, pense se você quer apenas que analisem seu estilo de escrita, ou se deseja um maior refinamento de trabalho que foque em você como autor e sua conexão com o leitor.

5. Revisão

A revisão é a última etapa do processo de edição. Por sua vez, estes profissionais estão atentos em garantir que nenhum erro ortográfico ou gramatical chegue à versão final do seu livro.

Então, o que exatamente um revisor faz?

Os revisores tomarão cuidado com:

  • Inconsistências de ortografia e estilo
  • Inconsistências no layout e tipografia
  • Páginas confusas ou estranhas e quebras de palavras
  • Legendas incorretas em quaisquer ilustrações e números de página no conteúdo

Novamente, a revisão é a última parada no rascunho, portanto, a maioria dos problemas terá sido resolvida neste estágio.

Agora, você pode estar se perguntando. Então se o revisor faz tudo, por qual motivo devo contratar outros tipos de edição? Bom, a etapa de revisão somente acontece quando seu livro está o mais refinado possível, por sua vez, se você pular etapas, dificilmente um revisor estará interessado em ler seu original, ainda assim, outras edições podem ser feitas por um revisor, mas a revisão em si, é o olhar final no seu trabalho.

Ao contratar um revisor, atenção!

Ao trabalhar com um revisor, você deve fornecer informações quaisquer sobre grafias ou estilos incomuns em seu rascunho. Caso contrário, lerão seu rascunho “às cegas”, o que é bastante eficaz, mas pode não entregar todos os pequenos detalhes de seu trabalho. Seria péssimo não?

Claro, mesmo que a escrita seja polida com perfeição, você ainda pode ter algumas preocupações e é isso que vamos falar em seguida.

6. Verificação de fatos

É fato, não importa o quão exaustivamente você pesquise seu livro, ainda pode terminar com inconsistências graves. Edição de desenvolvimento, leitores sensíveis e de copidesque podem ajudar, mas no final do dia, a responsabilidade primeiro é sua.

Por isso, se você tiver muitas informações, e especialmente se for um tópico sobre o qual você nunca escreveu antes, ou não tem vivencia, pode considerar contratar um profissional para verificar fatos. Em suma, tomarão nota de todas as referências em seu livro e, em seguida, as confirmarão cuidadosamente por meio de fontes confiáveis e se encontrarem alguma imprecisão, o alertarão imediatamente.

Esse tipo de edição é particularmente crucial se você está escrevendo não-ficção, ficção histórica e científica. Não somente, mas garante que qualquer dado não pareça anacrônico e até mesmo motivo de piada, portanto, não deixe essa edição de lado!


Agora, você aprendeu bastante sobre os tipos principais de edição. Caso queira alguém para editar seu trabalho com eficiência, encontrar um editor pode cooperar e muito na qualidade final do seu livro. Desta forma, você não gasta dinheiro com diversas edições.

Lembre-se, escrever não precisar ser difícil, muito menos cuidar da edição e esse trabalho você pode ter apoio. Por fim, abuse do uso de leitores beta, não apenas por serem de graça, mas por te ajudarem a ter um rascunho de livro o mais próximo refinado possível e serem capazes de apontar qualquer problemática.

Raphael T. A. Santos é apaixonado por SciFY e literatura, tendo estado presente nas primeiras edições das antologias do Grupo Editorial Andross, com 6 contos, possuindo também uma publicação na antologia Rupturas, produzido no âmbito do Curso de Introdução à Escrita Criativa, coordenado pelo autor Tiago Novaes e, de forma independente, o conto de terror cósmico, Umidade, e atualmente escreve suas crônicas, tópicos de escrita criativa, carreira literária e marketing no site Escrita Selvagem. Publicou o seu primeiro livro de romance, Mãe de Sal, em 2021. Frágil como Origami é o seu segundo livro.

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